Angola e os Emirados Árabes Unidos (EAU) assinaram, no Dubai, um memorando de entendimento no domínio dos Transportes, assente numa parceria estratégica para desenvolver e alavancar diversos projectos deste sector a nível do país. Sempre que os ministros querem mostrar trabalho ao Titular do Poder Executivo rumam aos EUA. Lá está sempre disponível o sheik Ahmed Dalmook Al Maktoum. Mas quando é preciso prometer, o sheik não se importa de fazer uma viagem a Luanda.
Neste caso foram signatários, pela parte de Angola, o ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, e pelo estado asiático o (crónico) sheik Ahmed Dalmook Al Maktoum.
O acordo prevê a reabilitação e modernização do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro e investimentos em infra-estruturas que possam permitir a aceleração da actividade económica, nas áreas de potencial crescimento da actividade empresarial privada e ou pública.
No Dubai, Ricardo D’Abreu visitou a sede da DNATA, onde manteve contactos com Adnan Kazim, vice-presidente desta fornecedora de serviços aeroportuários, desde assistência (em terra), de manuseamento de cargas, viagens e catering para voos, em cinco continentes.
Entretanto, os dois dirigentes analisaram a possibilidades desta companhia iniciar operações em Angola, nos termos das futuras concessões aeroportuárias.
O ministro dos Transportes foi igualmente recebido pelo vice-Presidente do Fundo Soberano do Dubai, para as Fusões e Aquisições, com quem abordou o interesse desta instituição, num possível financiamento em infra-estruturas aeroportuárias e portuárias.
Neste encontro ficou a promessa de que o “FSD” vai aguardar a recepção de projectos de infra-estruturas, destinados a participar nos próximos concursos públicos internacionais, a serem lançados no quadro das futuras concessões portuárias e aeroportuárias, projectadas no país.
Nestas visitas efectuadas e encontros mantidos nos Emirados Árabes Unidos, além da delegação saída de Luanda, Ricardo D’Abreu, faz-se acompanhar do embaixador de Angola no Dubai, Albino Malungo.
Há pouco mais de dois meses (19 de Setembro), Angola e os Emirados Árabes Unidos assinaram, em Luanda, dois memorandos de entendimento no domínio da agricultura, para potenciar o cultivo do milho e soja, bem como a criação de aves.
O primeiro memorando tem como foco a criação de uma fábrica de produção de equipamentos de mecanização agrícola, a ser instalada na Zona Especial Económica, (ZEE) no município de Viana, província de Luanda.
O segundo visa a criação de uma fazenda para o cultivo de milho, soja e criação de aves na província do Cuanza Sul, de acordo com o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis que assinou o acordo também subscrito em nome do EUA por Ahmed Dalmook Al Maktoum.
Na ocasião, o titular da pasta da Agricultura de Angola disse que o projecto visa melhorar as condições sociais e económicas das famílias angolanas (claro! claro!), tendo em conta que haverá espaço para inclusão da mão-de-obra camponesa local.
Segundo o ministro, a implantação da fábrica de equipamento para mecanização e a denominada Fazenda “América” constituem um marco no processo da diversificação da economia e alavancará o investimento privado estrangeiro em grande escala no país.
“A população vai poder participar directamente, é um projecto que vai potenciar o cultivo do milho e soja, assim como a criação de frango, sendo que terá o seu início nos próximos dias” ressaltou.
A unidade fabril de equipamentos agrícolas vai dar resposta às necessidades de Angola e dos países vizinhos, sendo que no princípio vai produzir para o consumo local, e posteriormente o excedente será exportados para os países da circunvizinhança, frisou Ahmed Dalmook Al Maktoum.
Sem avançar o valor do investimento, o sheik Maktoum frisou que o projecto vai criar três mil postos de trabalho directos e indirectos, o que dinamizará o sector da agricultura no que toca à produção.
Ahmed Dalmook Al Maktoum agradeceu ao Executivo pela abertura que está a proporcionar aos investidores, pois trará crescimento para Angola e aos países vizinhos.
Recorde-se que os Emirados Árabes Unidos propuseram-se, em Julho último, investir cerca de dois mil milhões de dólares na instalação de uma linha de montagem de tractores em Angola, na produção de electricidade e gás e na agricultura.
Os EAU são uma confederação de monarquias árabes localizada no Golfo Pérsico e têm a sexta maior reserva de petróleo do mundo, sendo uma das mais desenvolvidas economias do Médio Oriente e é um dos países mais ricos do mundo.
Façamos, entretanto, um ligeiro e recente exercício de memória. No dia 21 de Dezembro de 2018, os Emirados Árabes Unidos anunciaram que iriam investir 200 milhões de dólares (174 milhões de euros) em 18 centros tecnológicos agrários em Angola, anúncio feito pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) angolano.
Segundo o director do IDA, David Tunga, a decisão constava de um memorando de entendimento assinado nesse dia em Luanda, entre a instituição tutelada pelo Ministério da Agricultura e Florestas, e o então apresentado como director de gabinete do Governo dos EAU, o mesmo Ahmed Dalmjook Al Maktoum.
O investimento, a ser executado em cerca de cinco a sete anos nas 18 províncias angolanas, visaria capacitar quadros do sector da agricultura e florestas e camponeses em técnicas de produção, processamento e comercialização dos bens agrícolas.
Numa primeira fase, sublinhou David Tunga, seria implementado nas províncias do Bié, Huambo, Luanda e Bengo, avançando posteriormente para as restantes.
Todos os centros tecnológicos iriam ter laboratórios para análises aos solos das diferentes províncias, a fim de aferir a necessidade ou não de nutrientes, uma vez que iria existir uma estrutura de processamento de mistura de fertilizantes para satisfazer cada região.
Segundo David Tunga, cada província teria um centro principal e, em função disso, surgirão centros pequenos, a nível municipal. Na primeira fase da implementação do projecto, acrescentou, a gestão ficará sob responsabilidade dos investidores, “de forma a recuperar o investimento feito”.
Depois da consolidação, prosseguiu David Tunga, o projecto seria entregue ao Governo de Angola para gestão autónoma.
David Tunga explicou que, com o projecto, se pretende alcançar o máximo de famílias em cada província, com base no número de camponeses nelas existentes.
Por sua vez, Ahmed Dalmjook Al Maktoum disse que quer avançar com os projectos “rapidamente”, de forma a aumentar a produção e dar apoio ao sector agrícola de Angola.
“Congratulamo-nos com o Governo de Angola e perspectivamos outras oportunidades de investimentos internacionais, uma vez que há maior credibilização no mercado angolano”, manifestou o governante dos EAU.
Recuemos um pouco mais noutro exercício de memória. Em 15 de Outubro de 2018, Governo dos Emirados Árabes Unidos anunciou (pela boca do mesmo Ahmed Dalmook Al Maktoum) que pretendia investir em Angola nos sectores da energia e agricultura.
Ahmed Dalmook Al Maktoum foi então recebido, em Luanda, pelo Chefe de Estado, João Lourenço, para abordar questões ligadas à participação de empresas privadas dos EAU no desenvolvimento da economia angolana, incluindo no sector mineiro.
À imprensa, no final da audiência, o dirigente árabe disse que a prioridade do seu governo recai para a área da energia, que pretende melhorar, tendo em conta a importância para o desenvolvimento de qualquer país.
Mais recentemente, em Janeiro deste ano, o Presidente João Lourenço apelou a empresários dos Emirados Árabes Unidos para investirem “sem medo” em Angola, “país de grandes oportunidades” e que, em pouco tempo, “criou um ambiente de negócios favorável”.
João Lourenço respondia a questões colocadas num painel sobre o Futuro e Desenvolvimento de África com o seu homólogo do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, na abertura da Cimeira sobre Futuro Sustentável, enquadrada na Semana da Sustentabilidade de Abu Dhabi.
Priorizando as áreas de exploração petrolífera, turismo, agricultura e indústria, João Lourenço indicou, porém, que o investimento é bem-vindo “em qualquer outro domínio”.
O chefe de Estado de Angola lembrou outra prioridade do executivo que lidera, o “combate efectivo” à corrupção e à impunidade, com o objectivo de moralizar a sociedade e melhorar o ambiente de negócios.
Segundo João Lourenço, a corrupção é um dos “maiores males” com que “a classe política, ou parte dela”, lidava na gestão do erário público e que, como consequência, acabava por afectar a sociedade, no seu geral.
A aposta na diversificação económica, insistiu, “é fundamental” para priorizar a redução da dependência do petróleo, pelo que, no apelo aos empresários dos EAU, o Governo está a incentivar uma maior presença do sector privado na economia do país e “reduzir a excessiva intervenção do Estado”.
Pobres de espirito esses oliticos mpela. Ahmed no seu melhor. As visitas ao Dubai sao deliciosas e fazem esquecer e recuperar da pobreza, lixeira, inseguranca,…de Luanda